Reportando, mais uma vez, ao 1° texto, “Por Que Eu
Sou Flamengo”; cheguei, meus pais me trouxeram, ao Rio, em jan/58;
tendo voltado a Recife em duas oportunidades, dez/67-jan/68 e dez/71-jan/72, de
férias, do meu pai, claro; em ambas as ocasiões, de Kombi, muita coragem do
velho, àquela época, hein?
Por ocasião desta 2ª passagem, fomos a Igarassu e
eu, de pouca religiosidade; mas, de muita fé, entrei na igreja matriz, Cosme e
Damião e pedi, fervorosamente, para o Flamengo ser campeão carioca em 72; eu
nunca tinha visto meu time conquistar um campeonato estadual, já havia perdido
algumas finais e ganho, apenas, a Taça GB de 70; em jogo contra o Fluminense,
1x1, com público superior a 105.000 pagantes, onde jogávamos pelo empate; mas,
apesar do grande valor da Taça GB naqueles tempos, ainda não era o estadual.
Então, nesse ano, fomos campeões do Torneio do Povo,
da Taça GB, a 1ª que valia pelo turno inicial do campeonato, ganhando de 5x2
dos tricolores, três gols, “hat-trick”, termo desconhecido à época e sem música
no Tadeu, do Caio Cambalhota e a final, por 2x1, também contra os tricolores,
lavando minh’alma.
Fui aos dois jogos, pegava o busão 455,
Méier-Copacabana, no Posto 6; depois, muita emoção e muita gozação no clube, na
praia e no CPII.
Na 3ª ida a Recife, dez/72- jan/73, nas mesmas
condições, não houve retorno à “Cidade Maravilhosa”; desde então, não moro na
capital do meu coração; mas, em algumas oportunidades, obviamente, já voltei ao
Rio e vi jogos do Flamengo no Maraca e também assisti a outras partidas, em
alguns estádios do nordeste.
O tempo é 66 a 72; mas, sutilmente, entrei em 73,
que é um divisor de espaços e lugares.
O fato é que meus pais decidiram, em comum acordo, (hum!) não retornarem; assim, deixei o Colégio Pedro II, Humaitá e a Lia Cristina, ginásio 69 a 72, para trás; na verdade, já os deixaria, pelo menos, a
escola; posto que havia me classificado para o curso de Máquinas e Motores
(Mecânica) da Escola Técnica Federal Celso Suckof da Fonseca, atual CEFET.
Voltei para uma “terra estranha”, a minha cidade
natal e salvo engano, as aulas, na escola do Maracanã, começariam em março/73;
então, meus pais trouxeram a minha transferência e pude freqüentar (ainda não
desisti do trema!), no bairro do Dérbi, em Recife, o curso de Mecânica, cujas
aulas haviam começado em fevereiro.
Pensem, quando no 1° dia de aula que compareço à
ETFPE, em março, tomo ciência que as aulas já estavam em curso há um mês;
então, quando me apresento e começo a interagir, no idioma carioquês; tchia, ao
invés de tia; matemátchica e não, matemática; paiê, mãiê e nada de painho ou
mainha; convivendo e ouvindo “vices” e “ôches”, me percebo como minoria e por
razões óbvias, bem satisfeito, torno-me o “carioca”; aliás, este foi o meu 2° apelido,
o 1° era “Caixote”, em alusão ao último sobrenome, dos tempos da AABB, quando
jogava no time de futebol de salão; sem essa de futsal; claro que o meu irmão
era o “Caixotinho”.
Mal comecei esta postagem e vieram os apostos; ou
seja, recordei histórias, fatos anteriores aos que ainda vou descrever, que é o
gol de Rondinelli; aliás, nem sei quantos ele fez; mas, certamente, foi, é e
sempre será imortalizado por este, no dia 3/dez/78, contra o nosso, então,
maior rival, contumaz e insistente, “personal vice”, Vasco da Gama.
Assim, continuando no tema aposto (ô), em 72, eu
estava na Gávea, num sábado à tarde, para ver a final do campeonato carioca de
juvenis; hoje, acho que seria o campeonato sub-20; pra variar, CRF x CRVG; olha
o nosso time: Cantarelli, Nei, Jaime (ele mesmo, o “de Almeida”), Rondinelli (o
próximo tema, espero...) e Vanderlei (o Luxa), Léo e Geraldo (assoviador,
craque, falecido em ago/76, em decorrência de uma simples cirurgia, mal
sucedida, de retirada de amígdalas), Dudu (irmão do Fio e Michila), Fidélis
(artilheiro do campeonato, que não vingou nos profissionais), ZICO (todas as
letras maiúsculas) e Julinho, que não é o Uri Gueller.
O Flamengo ganhou de 2x0 e foi o campeão, gols de
ZICO e Fidélis ou Julinho, salvo engano; do outro lado, tinha o Roberto
Dinamite.
Voltando à Taça de Prata de 70, Torneio Roberto
Gomes Pedrosa, o Robertão, que é colocado como embrião do campeonato
brasileiro; tenho absoluta convicção que os campeonatos de 67 a 70 são, de
fato, os primeiros campeonatos brasileiros, dadas as suas formatações e por
terem ampliado a participação de times fora do eixo Rio-São Paulo.
Entendo que, em hipótese alguma, as Taças Brasil de
59 a 68, poderiam ou deveriam ter equivalência aos “brasileirões”; porque,
apesar da amplitude maior em seu formato, o modelo da disputa era, claramente,
copeiro, de “mata-mata”, similar, em escala muito menor, às Copas do Brasil de
hoje; inclusive, invariavelmente, os times do Rio e de São Paulo já entravam
nas semifinais.
Estes aspectos deveriam ser determinantes para
definir, não pecando pela semântica, o que é um campeonato e o que é um
torneio; apesar do fato que a Taça Brasil, que foi criada para indicar o time
brasileiro que jogaria a Libertadores, tenha ocorrido como único torneio
nacional durante oito dos dez anos de sua existência; mas, a canetada política
da CBF distribuiu os títulos aos clubes; onde ratifico, politicamente ou não,
os “Robertões” de 67 a 70 são campeonatos brasileiros verdadeiramente válidos;
assim como o nosso tetra de 87, ganho no campo, jogando contra os melhores
clubes do Brasil; mas, a incompetência do nosso jurídico de então, nos
condiciona, hoje, a pleitearmos uma divisão de campeonato, a colocar um * na
conquista, escrito assim mesmo, simbolicamente; por conta de um “transitado em
julgado” que não pode mais ser contestado.
Mas, somos HEXAgerados e com essa onda azul, não há limites para a realização das nossas
expectativas de sucesso.
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