Então, cantava o
poeta Belchior:
“se você vier me
perguntar por onde andei”...
Talvez dissesse:
“não sei; mas, hoje, em Chapecó”.
Sim, estávamos,
agora, todos na Arena
e o céu, também,
chorando a cena da “coreografia” da
Guarda de Lanceiros das Forças A®madas do Exército Brasileiro,
Guarda de Lanceiros das Forças A®madas do Exército Brasileiro,
depois de
transportados por duas aeronaves C-130, da FAB,
em sincronia, como um realejo;
em sincronia, como um realejo;
carretas abertas,
com urnas cerradas em cortejo.
Sim, não mais, doze;
agora, são catorze os Trabalhos de Hércules
e à mitologia
grega, agrega-se a dura realidade do pranto de dor,
para encontrarmos a
paz, enterrarmos os nossos mortos
e cantarmos a
uma só voz: “o campeão voltou, o campeão voltou”...
Então, eu falaria do
Ananias Elói, maranhense, que começou no Bahia,
rodou por outros
ares, chegou ao Sport;
até ter o norte de
ir pra Santa Catarina.
Mas, o gol de empate
do herói, no 1° jogo, quis o destino,
levou a vantagem da
decisão pra Arena Condá,
contra o time do
Papa, o argentino;
que, há pouco,
abençoara o cubano assassino.
Aliás, na homenagem
no Atanasio Girardot,
também falou o
Sinistro do Exterior, o socialista fabiano;
vindo, há pouco, da
ilha de Havana;
onde elogiara o
sanguinário ditador.
Mas, apesar da
maldita ligação,
não há como negar a
emoção na fala;
as belas e
eloquentes palavras do “Vampiro”,
codinome quando
revolucionário;
ainda mais, quando o
palestrino citou
as cores verde, da
esperança e branco da paz,
que reúnem os times,
nunca mais adversários.
E como não
vislumbrar a imagem da locutora,
retângulo áureo de
beleza loura estonteante;
choro contido,
lágrimas represadas e falar cativante.
Enfim, Santo Padre,
o mau destino não pôde ser evitado;
pois, não houve
fada, nem varinha de condão;
assim, um mero zero
a zero, no jogo da volta,
levou o belo time à
final; que legal, que triste, fatal!
Claro, Miltão, não
sejamos hipócritas;
como, de fato, são
os canalhas do Catraca (Deus me) Livre,
malditos e venais
esquerdoPaTas; você, não!
Assim, comentarista,
real e invariavelmente, bairrista, parcial e chato,
só não mais que
o Araque Neto 0,10;
eu, você e muitos
pensamos na grande defesa,
nos últimos
momentos, do goleiro, o Paredão;
o filho da Dona
Ilaídes, ídolos, ele e a mãe;
agora, também do Guido e de uma gigantesca nação.
agora, também do Guido e de uma gigantesca nação.
Claro,
santista, existe a forma e o conteúdo;
contudo, na sua
retórica, tudo que você falou é verdade
e em parte, repito:
“se o Danilo não tivesse feito aquele milagre”...
No reflexo, tirado a bola com o pé direito,
No reflexo, tirado a bola com o pé direito,
não aconteceria o
pior; não haveria nexo, será?
Exatamente, como
você externou no TT e eu também;
mas, “eu sou apenas
um navegador latinoamericano”...
Mas, foi ele, o
arqueiro ou o índio nativo que evitou a derrota?
Sim, dos sete
sobreviventes,
o único que não
resistiu aos ferimentos,
vindo a falecer,
doze horas depois, foi o goleiro;
como se morresse
duas vezes
e pra família; maior sofrimento.
Mas, antes que a
cruz, o fardo, lhe fizesse mal, não jus;
posto que seria
irreal; há outros “Ses” envoltos...
Assim, o piloto e
sócio da La Mia,
este, sim, o
“Porquê”; não, o “Se”,
o motivador da
trágica ocorrência;
pois, a arrogância
do Comandante
na presunção de
autonomia;
talvez, por soberba, excesso de confiança
ou ainda, necessidade
de economia,
de não falimento da
companhia;
então, causou o que não
devia, a pane seca.
Sim, na queda, não
houve explosão;
assim, foram seis os “escolhidos”,
não estavam nesse
resgate coletivo,
segundo o
espiritismo;
pois, não era
chegada a hora.
Alan, lateral e
primeiro "salvado";
Follmann, goleiro,
teve amputada a perna direita
e o zagueiro Neto,
com múltiplas fraturas;
ainda, dois dos nove
tripulantes, bolivianos, Erwin e Ximena
e um dos vinte e um
jornalistas, Rafael Henzel;
todos com sequelas e
uma 2ª vida.
Mas, de novo o
condicional;
sim, se o Cerro
Porteño, na outra semifinal,
tivesse ganho do
Nacional...
Em contra-partida, o
povo antioqueño, de Medellín,
não mostraria ao
mundo inteiro,
a solidariedade, a
grande generosidade do povo colombiano.
Mas, no Brasil, no
limiar da dor,
um chileno(?) ma(IA)quiavel(HACO),
prepara a tocaia no
Congresso; ao povo, um desfavor.
Enquanto o outro
Maia, alagoano, também começou na Bahia;
mas, no Vitória,
Arthur Brasilino, cedo, fez história de sucesso
e com um gol, já
pelo América de Natal,
que girou o mundo,
de “Maiadona”, quase igual.
Então, passou pelo
meu Flamengo, não teve tanto brilho,
apesar do talento
precoce e foi pra Chape,
suprir a vaga
deixada pelo Camilo, que foi pro Botafogo.
Se não tivesse ido,
o que teria acontecido?
Tudo igual ou nada
parecido?
Brilhante Atlético,
nos enche de emoção
ver um time
colombiano conquistar a América,
deixar no pretérito,
mais que perfeito e então, transferir o mérito,
o presente para o
clube catarinense,
o Verdão do Oeste, a
Chapecoense;
espero, com aval do
Conmebol.
Como vemos, é muito
mais que isso, o futebol.
E o Canela, que veio
do outro Botafogo,
de Ribeirão Preto,
iria jogar; agora, não mais;
pois, deixou para
trás, irmã e pais, “órfãos”, seus fãs.
O que falar, então,
do conterrâneo Cléber Santana,
o craque que começou
no Leão da Ilha,
time do coração dos
meus filho e filha;
que ironia a um pai
flamenguista;
não nato; mas,
criado no Rio,
antes de ver GodZico, no velho Maraca!
Mas, o nativo de
Abreu e Lima girou o mundo,
jogou na Espanha e
no Japão, também, pelo Mengão;
não sei, com tanto
talento, não foi à seleção!?
E o Dener Braz,
dispensado no Grêmio,
continuou pelo Sul,
até chegar à Condá, como prêmio;
pois, haveria, mais
ainda, de brilhar.
Agora, na lateral
esquerda, no time do céu,
vai alçar bolas na
área pro Bruno Rangel cabecear;
sim, o atacante e
maior goleador,
natural de Campos
dos Goytacazes;
cidade que,
certamente, não se orgulha
de um canalha
ex-governador,
“pivetinho”,
“dimenor”, ladrão contumaz;
quanto mais, melhor!
Mas, se ainda
estivesse no Joinville;
este, não teria, há
pouco, caído de Série, nem o artilheiro;
o avião, não sei,
nem quero saber do paradeiro.
Quem, também, não
mais cabeceia
é o Éverton Kempes,
pernambucano de Carpina
e nome de goleador
de Copa do Mundo.
Sim, os pais não
devem enterrar os filhos;
mas, no dia do
aniversário do Seu Osmar,
a morte do Filipe
Machado, que foi ídolo no Macaé;
agora, na Chapé;
aliás, para sempre.
Casado com Aline,
mãe de Antonella,
buscou os Emirados,
pensando nelas
e voltou pra colher
os louros.
Revelado no
Colorado, será velado no rival tricolor
e apesar do
“esquecimento” de um,
difícil crer no
desprendimento do outro;
pois, a rivalidade
local supera os limites da (ar)razoabilidade.
Se tivesse ficado lá
por mais um ano...
E o Matheus, o
caçula dos Biteco,
oriundo
do Imortal, triste ironia, também se foi,
pra desespero do
irmão Guilherme.
Sim, na companhia do
Lucas, o atacante;
do Gil, o volante
potiguar;
do William Thiego de
Jesus,
que carrega, no
nome, o próximo lar
e do Tiaguinho, que, assim, não mais verá o filho nascer;
depois de saber e
chorar com o presente divino.
E o que falar do
Gimenez,
o “menino” que saiu
de cena, sem felicitar a mãe
e do Sérgio Manoel,
o volante que acabara de chegar;
antes, não tivesse
vindo...
Mateus Lucena, o
Caramelo, sem espaço no São Paulo
e o Marcelo, que
também jogou no rubro-negro carioca,
partiram com o
Josimar, ex-palmeirense.
O mundo inteiro se
rende a homenagear,
os clubes se unem
pra ajudar;
Riquelme, o craque
hermano, por seis meses,
de graça, se dispôs
a jogar;
então, Vanderlei,
mediano jogador;
hoje, bom de Poker e
excelente treinador,
por que você não se
coloca à disposição pra treinar?
Já tem “estrangeiro”
se oferecendo!
Mas, com o
Ronaldinho não dá!?
Pense no Bragantino,
onde sua estrela começou a brilhar
e pague pra ver,
pode apostar sem blefe,
sugira o staff e
faça o que mais você sabe fazer, liderar.
Assim, você revalida
a sua desgastada imagem;
altruísmo não
coaduna com egoísmo,
preenche a lacuna e
homenageia o Caio Júnior,
jovem, competente e
“paizão”;
aquele, bela lição,
deixou aos filhos,
os de sangue e os de
labor.
O que dizer do
Matheus, um dos seus,
que esqueceu o
passaporte
e não teve a má
sorte nesse desencontro;
pois, não acompanhou
a comissão técnica,
os dirigentes e
demais convidados da ACF.
Ei, Vitu Chermont,
agora é Sala de Imprensa
no Ninho do Urubu,
nosso de cada dia;
então, vai comentar
o Fla-Flu, com o PJ Clement;
mas, não há outro
que Deva narrar melhor que o Pascovicci,
“toca a música do
Fox Sports”,
nem analisar como o
grande Vesgo,
ex-jogador,
ex-treinador, sempre craque, Mário Sérgio,
contestador, cria do Fla e
unanimidade no Grenal;
que, agora, deve
estar se corroendo
com outra
indignidade, a primeira, do Internacional;
cujo maior dirigente
fala em tragédia pessoal
cita o
adiamento, (in)justo, da rodada
e prepara a sua
cilada no Tapetão.
Se valer a justiça
divina, há de jogar a 2ª Divisão;
pois, já é um
rebaixado moral.
Certamente, a
hinchada colorada não pensa igual;
prefere a “morte”
digna, que a vitória ilegal.
Demais periodistas
não citados;
mas, para sempre
lembrados
por quem os amava e
convivia;
todos envolvidos
nessa torrente de emoções,
familiares
enlutados, amigos “destruídos”,
minha singela
homenagem,
cuja inspiração não
queria
associada às
imagens, nem saber das reportagens;
apenas, passar a
mensagem
de força, fé e
coragem para seguir em frente.
Doravante, minutos
de silêncio eclodem
e ecoam em nossos
corpos, corações e mentes;
essa energia há de
reverter-se num urro uníssono:
“Ê...Vamos, Vamos, Chapê!”
SRN,
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